Vidrarias - 12/2021
Antes de explicar sobre precisão e exatidão, é muito importante dizermos que os dados coletados nos laboratórios precisam refletir a realidade. Por isso, a higienização correta das vidrarias é indispensável e fundamental nesse processo.
A precisão é a responsável por expor uma comparação entre vários resultados e serve para verificar se o instrumento de medição realmente consegue reproduzir um resultado. A exatidão, diz respeito à determinação de um valor exato.
Por ser um processo de comparação, a precisão necessita da realização de diversos testes que irão estabelecer um padrão de todos os resultados alcançados e obtidos pelo método ou substância escolhida.
Já a exatidão atua de forma diferente. Por geralmente utilizar um instrumento calibrado, o teste de exatidão raramente necessita de repetição. Sendo assim, o dado obtido, já no primeiro teste, é considerado correto ou muito próximo dos dados verdadeiros. Ao realizar muitos testes, existe uma variação de medidas, o que nos ajuda a perceber que a ferramenta utilizada é exata, mas não é precisa.
Estes equipamentos são feitos de um vidro boro ou neutro que contém graduações em sua superfície externa. E eles não reagem com a maioria das substâncias usadas em laboratório, podendo ser submetidos ao aquecimento direto ou indireto sem quebrar. Para adquirir essa resistência mecânica ao calor, ao choque térmico e aos próprios produtos químicos, costuma-se agregar um tipo de vidro especial que é o vidro borossilicato, em que é adicionado boro aos constituintes do vidro comum. O vidro borossilicato possui coeficiente de dilatação menor que o do vidro comum e também menor densidade, sendo, portanto, mais leve. Além disso, seu ponto de fusão é maior, uma vez que esse vidro é mais trabalhado, um dos motivos para que as vidrarias sejam manuseadas com muito cuidado.
Becker: É de uso geral e pode ser utilizado em líquidos e misturas com ou sem ocorrência de reação, para dissolver sólidos em líquidos e aquecer as substâncias (colocando-o sobre uma tela de amianto). Assim, como as demais vidrarias, existem béqueres que podem comportar diversos volumes, sendo que isso está escrito na sua graduação. No entanto, o béquer não é uma vidraria de laboratório que possui a graduação com muita exatidão.
Erlenmeyer: Assim como o béquer, o erlenmeyer também pode ser usado para preparar soluções e aquecer líquidos, mas também serve para armazená-las. Visto que tem a boca mais estreita, possui mais fácil manuseio, por isso, é muito utilizado em titulações. Além do mais, esse afunilamento ajuda a diminuir as chances de perda de material.
Tubo de ensaio: É usado para testar reações e aquecer substâncias em pequena escala.
Balão de fundo chato: Os balões de fundo chato, de fundo redondo e volumétrico são todos utilizados no preparo de soluções, pois podem dissolver substâncias por meio de agitação, para aquecer soluções e líquidos e também para realizar reações em que há desprendimento de gases. O balão de fundo chato tem a vantagem de poder ser colocado sobre a superfície sem o risco de cair e poder ser aquecido sobre tela de amianto em um tripé.
Balão de fundo redondo: Conforme dito no item anterior, apresenta as mesmas finalidades que o balão de fundo chato, porém, visto que seu fundo é arredondado, ele pode ser usado em uma manta aquecedora, o que permite um aquecimento da solução por igual em toda a sua extensão. Ele é mais apropriado e é muito utilizado em processos de destilação, sistemas de refluxo e evaporação a vácuo, acoplado a um rotaevaporador.
Balão volumétrico: A vantagem desse balão sobre os anteriores é que ele possui uma graduação volumétrica com maior precisão. Mas o volume é único e fixo, sendo descrito na parte externa do balão.
Pipeta graduada: Serve para medir e transferir pequenos volumes de líquidos. Ela possui várias graduações ao longo do seu tubo, podendo medir volumes variáveis, enquanto a pipeta volumétrica possui somente um volume único e fixo.
Pipeta volumétrica: Tem a mesma finalidade que a pipeta graduada, mas tem a grande vantagem de ter uma precisão bem maior. Todos os tipos de pipeta não podem ser aquecidos, e o líquido é puxado para dentro delas por meio de sucção provocada por um equipamento acoplado a elas denominado de “Pera”, pois tem um formato muito parecido com a fruta.
Proveta: Também é utilizada para medir o volume de líquidos e soluções líquidas, além de realizar transferências com mais fácil manuseio que as pipetas. Porém, a sua graduação volumétrica é menos precisa que a das pipetas.
Bureta: Assim como as pipetas, a bureta mede e transfere volumes de líquidos e soluções, mas eles são colocados nela pela sua parte superior, que é aberta e maior. Além disso, ela possui uma torneira embaixo que pode ser aberta para fazer escoar o líquido de forma rápida e gota a gota, de modo que o volume transferido seja exatamente o desejado. Ela é muito utilizada em titulações, colocando-se nela o titulante e fazendo o seu gotejamento sobre a solução titulada que se deseja descobrir a concentração e que está adicionada com um indicador ácido-base. Seu uso é importante nessa técnica, pois uma única gota pode chegar ao ponto de valência ou ponto de viragem do pH que é indicado pela mudança na cor do titulado.
Funil de vidro: É usado para realizar filtrações simples com o auxílio de um filtro de papel e também para transferir soluções sem perda de material. Abaixo temos um funil de haste longa:
Funil de bromo ou funil de separação: É usado para realizar a separação de misturas heterogêneas do tipo líquido-líquido. Depois de uma forte agitação da mistura dentro desse funil, ela é deixada em repouso e, com o tempo, o líquido mais denso fica totalmente separado na parte inferior e o menos denso fica na parte superior. O funil de separação possui uma espécie de torneira na parte de baixo, que, ao ser aberta, escoa lentamente o líquido mais denso para um béquer ou erlenmeyer que está posicionado na abertura embaixo. A torneira é aberta com o funil destampado e controla-se a abertura da torneira, fechando-a antes que o líquido menos denso também escoe. O líquido menos denso que ficou no funil deve, então, ser retirado pela parte superior para evitar contaminação.
Vareta de vidro (bastão de vidro): é usada para misturar ou agitar soluções.
Condensador: é usado para condensar ou liquefazer vapores. É muito utilizado em destilações para separar misturas homogêneas dos tipos sólido-líquido ou líquido-líquido. Essa mistura é aquecida e o líquido com menor ponto de ebulição passa para o estado de vapor, subindo para o condensador, que possui uma mangueira acoplada, sendo que a água passa pelas suas paredes e resfria o condensador. Assim, quando esse vapor atinge o condensador resfriado, ele volta para o estado líquido e é coletado pela outra extremidade. Os condensadores mais comuns são os de Liebig (retos), os de bolas e os de serpentina.
Placas de Petri: São mais usadas em laboratórios de Biologia para desenvolver meios de cultura bacteriológicos, para observar a germinação das plantas e de grãos de pólen ou o comportamento de pequenos animais. Na Química, são utilizadas para reações em escala reduzida e também para deixar repousar cristais e filtrados.
Vidro de relógio: é usado para pesar pequenas quantidades de substâncias, evaporar soluções e cobrir béqueres ou outros recipientes para não deixar o líquido ou a solução evaporar ou ser contaminada. A Placa de Petri também pode ser usada para essas finalidades. Ambas as vidrarias não podem ser aquecidas diretamente.
Dessecador: é um recipiente fechado que contém um agente de secagem (dessecante, geralmente sílica-gel) e que possui a tampa lubrificada com graxa de silicone para que seja hermeticamente fechada. É usado para guardar substâncias em ambientes com baixo teor de umidade.
Kitassato: É usado em filtrações a vácuo, sendo acoplado por uma mangueira a uma trompa de água, que arrasta parte do ar da parte inferior do kitassato, criando uma região de baixa pressão dentro dele que provoca um processo de sucção e acelera a filtração.
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